domingo, 28 de junho de 2009

Pessoas “de palavra” que vivem na era da mentira


Em tempos antigos, o homem fazia questão de provar seu caráter e, por isso, era digno de confiança. Na maioria das situações, ser reconhecido como uma pessoa “de palavra” muito facilitava o desenrolar dos relacionamentos, tanto sociais quanto comerciais. Naquela época, se fosse homem de honra, não precisava escrever, não precisava registrar em cartório. Bastava a palavra.
Hoje a realidade parece ser outra. Em um mundo em que a globalização possibilita o bombardeio diário de milhares de informações à velocidades impressionantes, ainda são necessários calhamaços de papéis assinados e com firma reconhecida quando o que está em pauta é a garantia de um documento. A palavra deixou de ter valor e a mentira foi infiltrada no meio social, sendo vista por muitos como forma de manter o ambiente pacífico e amigável. Maquiada pelo termo “mentira social”, chega a ser considerada inofensiva.
Em 1997, por exemplo, o psicólogo Gerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia, Estados Unidos, ouviu as conversas diárias de 20 pessoas submetidas a uma experiência e analisou as fitas gravadas em busca de inverdades. O resultado é que mesmo os mais sinceros participantes disseram uma mentira a cada oito minutos.
Estima-se, também, que uma só pessoa fale uma inverdade cerca de 200 vezes por dia: uma média de uma a cada cinco minutos. Dados como estes mostram que, de uma forma geral, a mentira parece ter sido introduzida na sociedade gradativamente, e, diferentemente do que se via há alguns anos, ela faz parte do dia-a-dia.

Mentir ou não mentir?

O ator e publicitário Marcos Nauer acredita que, para que as pessoas consigam manter a boa convivência, é necessário falar o que o outro deseja ouvir. “O sucesso profissional depende de se reservar a real personalidade e a adaptar à necessidade do ambiente. Não vejo isto como uma mentira. É uma escolha: revelar apenas o lado da sua personalidade que mais se encaixa àquela situação”, conclui.
Já o operador do mercado financeiro, Rodrigo Corrêa, acredita que a mentira não faz bem em nenhuma situação: “Na empresa, por exemplo, não acho que devemos mentir para não ofender. Você pode ser sincero sempre, mas tem que saber o que falar e, principalmente, a hora e a maneira de se pronunciar”, afirma. “Se eu fosse casado e traísse minha esposa, talvez contaria a ela a verdade. Não para atrapalhar, mas para melhorar e acertar o relacionamento”, revela.

Omitir

No dicionário, o verbo omitir significa “deixar, voluntária ou involuntariamente, de dizer ou fazer qualquer coisa que era de seu dever ou obrigação”. Neste caso, a pessoa deixa de passar a informação em vez de proferir uma inverdade. As pessoas geralmente usam a omissão como forma de se livrarem da “saia-justa” de ser pega mentindo ou de ter que falar algo que vá ofender o outro.
A psicoterapeuta Marilena Netto defende que, nestes casos, o fato de omitir pode ser útil: “Muitos encaram o “dizer a verdade” e a “franqueza” como uma autenticidade que deve ser mantida constantemente. No entanto, essa verdade, quando usada como ataque ou agressão à outra pessoa, pode perfeitamente ser omitida”, afirma.
Além disto, Marilena afirma que as pessoas podem estar sinceramente enganadas quanto à algum fato e crer que ele é verdadeiro. “Assim, elas passam essa 'verdade' adiante, mesmo que distorcida ou incompleta, sem sequer perceberem que estão equivocados. Nesse caso, há apenas um engano do fato e não uma mentira”, declara.
A psicoterapeuta afirma ainda que o que se vê atualmente em termos de mentira é muito comum. “Os meios de comunicação mostram isso. Estamos sempre em contato com mentirinhas. Já não há espanto em torno deste comportamento”, explica. Ela acredita que as pessoas têm este hábito por uma série de motivos, entre eles o medo. “Os indivíduos têm medo de mostrar falhas e, com isso, imaginar que os outros não gostarão deles tanto quanto antes; medo de se sentirem desvalorizadas; medo de destruírem a imagem que imaginam que possuam de ‘perfeição' ou medo de se sentirem inferiores aos outros, arranhando assim a própria imagem”, afirma.

Detectando a mentira

Pesquisas mostram que as pessoas, de forma geral, mentem de um jeito ou de outro. Costuma-se dizer que existem dois tipos de mentiras: a patológica e a fisiológica. As fisiológicas seriam as corriqueiras, que a maioria das pessoas usa para se livrar de situações desconfortáveis. São as “desculpas esfarrapadas” e os falsos elogios. As mentiras patológicas, por sua vez, são aquelas determinadas por uma personalidade problemática ou até mesmo produzidas por neuroses (ver tópico “Alguns distúrbios mentais e a mentira patológica”). Geralmente estas pessoas apresentam uma dinâmica psíquica rica em conflitos e complexos.
Em geral, os especialistas acreditam que todas as pessoas, quando mentem, "entregam" sua falsidade através de um padrão gestual que, inconscientemente, é repetido. Alguns acreditam até que, sabendo identificar o comportamento corporal do mentiroso, é possível pegá-lo no primeiro deslize.
De acordo com Marilena, o que geralmente denuncia os mentirosos são os olhos, o tom de voz e a respiração, que se comportam de maneira diferente do normal. “Cada pessoa apresenta uma alternativa mais fácil para a mentira. Para alguns, a palavra é mais convincente, mas a linguagem corporal é fraca, ou vice-versa”, explica.
A psicoterapeuta enumera algumas características que podem ajudar a identificar quando uma pessoa está mentindo ou não:

Ela evita responder, pedindo para você repetir a pergunta, ou então responde com outra pergunta;

A pessoa utiliza de humor e sarcasmo para aliviar as preocupações do interlocutor;

A pessoa que está mentindo pode corar, transpirar e respirar com dificuldade;

Sua voz pode falhar e a pessoa pode parecer incoerente;

A pessoa pode começar a engolir em seco.

Para as pessoas que convivem com alguém que tem o hábito de mentir, tanto cônjuges como filhos ou amigos, Marilena recomenda que o medo seja trabalhado neste sentido. “O medo da falha, que é comum, o de não parecer perfeito ou o de ser desvalorizado é preciso ser analisado na família”. No caso dos relacionamentos dentro de casa, “é fundamental desmistificar a idéia de adultos perfeitos na família ou entre os casais. As falhas existem, sim, e irão acontecer ao longo de toda vida”, explica. Já com os filhos, diante de uma situação em que fizeram algo que os pais desaprovam, ela defende que “devemos começar pela famosa frase: 'gosto muito de você, mas não gosto quando você faz isso'. Neste caso, a criança aprenderá que ela, pessoa, é uma coisa e o que ela faz, é outra”, explica.

A mentira e o cristianismo

Mentir é contra os padrões morais de muitas pessoas e, pelo cristianismo, é considerado como um comportamento errado. A Bíblia mostra que a mentira é um pecado há muito revelado. Norbert Lieth, em artigo publicado na revista “Chamada da Meia-Noite”, afirma que a mentira não tem sua origem na evolução, mas em satanás. Como está escrito em João capítulo 8, versículo 44b, 'Quando ele [o diabo] profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira'”.
Para Norbert, “a mentira não é indicação de inteligência, mas um sinal característico de uma vida sem Deus, que não ama a verdade”. Ele alerta para o fato de a mentira ser o oposto exato da verdade de Deus e, assim, rejeita o próprio Deus: “O livro de Apocalipse, no capítulo 21, versículo 27, deixa claro o fim dos mentirosos quando afirma que 'Nela [na nova Jerusalém], nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro'". E, mais adiante, no capítulo 22, versículo 15, ela afirma que 'Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira'".
O Analista de Suporte de TI, Elon Pereira, acha que as pessoas, em geral, mentem por hábito. “Não existe mais vergonha ou qualquer restrição. As pessoas simplesmente mentem, sem sentir nenhum remorso ou dor na consciência”. Para Elon, que é evangélico, pior ainda é ver a mentira dentro das igrejas, no altar de Deus. “Isto causa esfriamento espiritual, além de abrir precedentes para a legalidade. Infelizmente, o Espírito Santo não encontra lugar para exercer milagres e maravilhas neste ambiente”, afirma.
“A mentira na igreja, principalmente entre líderes, prejudica o próprio mentiroso, algumas ovelhas e, o que é pior, o Evangelho de Cristo. Aprendi a olhar para o alto, para Jesus, e não para os homens, e isto mantém a minha fé inabalável diante de situações como esta”, relata Elon. E completa: “Foi Jesus quem executou o plano da salvação, e por isto não acho justo O 'penalizarmos' pelos erros dos homens”, conclui.

Alguns distúrbios mentais e a mentira patológica

- Demência e delírio
A cognição é de tal forma comprometida que a pessoa relata aos outros um mundo profundamente modificado e no qual acredita, sem a intenção de ludibriar.

- Síndrome de Münchhausen
O hábito arraigado de mentir fantasticamente pode refletir um transtorno da personalidade que alguns autores chamam de “pseudologia fantástica”, que seria caracterizado por uma compulsão a fantasiar uma vida fictícia para causar grande mobilização e perplexidade em outras pessoas.
Nesta síndrome a pessoa não suporta a idéia dela ser comum, normal ou trivial. Ela tem que ser super especial, tem que ter peculiaridades completamente excepcionais e fantásticas. Essa inclinação impulsiva para a mentira reflete uma grande vontade em ser admirado, de ser digno de amor e consideração pelos demais e, consequentemente, reflete uma grande insatisfação com a real e medíocre condição existencial.

- Depressão Grave
Alguns casos de depressão grave também podem ser acompanhados de mentiras patológicas. Nessa situação a pessoa se coloca em um verdadeiro emaranhado de estórias, desculpas e relatos que vão cada vez mais complicando a sustentação da mentira.
As mentiras iniciais na depressão têm, normalmente, o propósito de ocultar algum acontecimento que deixaria a outra pessoa triste, aborrecida, decepcionada. Daí em diante, há contínua necessidade de novas mentiras para completar a primeira. Na depressão, as mentiras são acompanhadas de importante sentimento de culpa e arrependimento.

- Transtornos do Controle dos Impulsos
No jogo patológico, na cleptomania, na bulimia, na dependência química e em outros Transtornos do Controle dos Impulsos existem muitas mentiras, cujo objetivo é ocultar um comportamento sabidamente reprovado socialmente.

- Personalidade Anti-Social ou Psicopática
O quadro mais grave onde a mentira aparece como sintoma importante é o Transtorno Anti-Social da Personalidade. Embora qualquer pessoa possa mentir, é preciso distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata a utiliza como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada. O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, muitas vezes mente sem nenhuma justificativa ou motivo.
A personalidade do psicopata é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro.

* Fonte: PsiqWeb - www.psiqweb.med.br
(Artigo “Sobre a Mentira”, de Ballone GJ, disponível em
http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=395&sec=35)

Rejeitando o mal

Todos nós temos o ministério de representar o Senhor, somos embaixadores de Cristo, o próprio Paulo fala isso na segunda carta aos Coríntios capítulo 5 versículo 20, mas é o versículo 2 do capítulo 4 nosso ponto chave que diz:2 Co 4.2
“Antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus pela manifestação da verdade.”
Tem coisas que são ocultas, não aparecem aos olhos das pessoas, da sociedade, dos homens, mas elas nos causam vergonha: tentações que aparecem, desejos, vontades , pensamentos que trazidos a tona nos traria vergonha, o que temos que fazer? Temos que rejeitar os pensamentos e desejos pecaminosos, aqueles que você não teria coragem de falar a ninguém. Em Atos capítulo 7 versículo 39 diz:
“Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram e, em seu coração, se tornaram ao Egito.”
O povo de Israel quando saiu do Egito para entrarem na terra prometida, eles enfrentaram muitas oposições, muitos adversários e sempre que aparecia uma dificuldade eles desejavam no coração voltar ao Egito. Eles não voltaram fisicamente, mas no coração eles desejaram, é a mesma coisa, tem gente que não tem uma prática pecaminosa, mas no coração ele deseja. Sempre que surgir um desejo pecaminoso, um sentimento: medo, ira (que o cristão não deve ter) você deve rejeitar, se você não rejeita, aquilo vai trazer vergonha para você, se não trouxer agora , vai trazer no dia do juízo. Então eu e você, temos que rejeitar essas coisas que estão ocultas, mas que nos trazem vergonha, coisas que ninguém está vendo: o que você pensa, o que você quer, o que está entrando no seu coração, ou tentando entrar, precisamos rejeitar. No Antigo Testamento, temos a história de um homem que não rejeitou o medo. Jó foi um grande homem de Deus, mas ele perdeu todos os seus filhos, bens e saúde, mas tudo isso não aconteceu por acaso não, em Jó capítulo 3, versículos 23,24,25 e 26 diz o motivo:
“Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu?Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramaram como água. Porque o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu.Nunca estive descansado, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.”O medo aparece a todos nós, mas o que devemos fazer? Rejeita-lo! Quando veio ao Jó ele não rejeitou, ele mesmo disse “Porque o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu”
O que eu vou falar parece cômico: você sabia que tem gente que tem medo até passar na porta de um cemitério? A pessoa tem que rejeitar esse sentimento.Tem gente que tem medo de tudo, o medo é um sentimento que não pertence a um filho de Deus, medo é um espírito que você tem que rejeitar. Nós não podemos resistir ao diabo sem a Palavra de Deus, Jesus diz: Sem mim, nada podereis fazer.Tentação não é pecado, aceitar sim! Resista, não goste, tenha repulsa e o mal fugirá.Tiago 4.7“Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”
Mensagem,
Pr. Jayme de Amorim